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Instituto Betinho
O sociólogo
Herbert de Souza, o Betinho, fundou o Ibase em 1981 e, na década de
1990, tornou-se símbolo de cidadania no Brasil ao liderar a campanha
contra a fome. Betinho mobilizou a sociedade brasileira para enfrentar a
pobreza e as desigualdades. Hemofílico, morreu de Aids em 9 de agosto
de 1997, deixando um exemplo de solidariedade e de luta pela
transformação social.
A Campanha Ação
da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida não foi a única
frente em que Betinho se envolveu desde que voltara do exílio. Ainda nos
anos 1980 foi articulador da Campanha Nacional pela Reforma Agrária.
Junto com outras entidades, o Ibase organizou em 1990 o evento “Terra e
Democracia”, que levou 200 mil pessoas ao Aterro do Flamengo, no Rio de
Janeiro.
Em 1986, depois
de saber que era portador do vírus HIV, Betinho ajudou a fundar a
Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia). Em 1992, fez
parte do Movimento pela Ética na Política, que culminou com oimpeachment
do então presidente Fernando Collor de Mello. O movimento serviria de
base para a mobilização da campanha contra a fome.
A militância de
Betinho começou na adolescência, na Ação Católica, em Belo Horizonte.
Na UFMG, foi um dos fundadores da Ação Popular (AP), uma organização
formada por um grupo católico pró-socialismo. Formou-se em Sociologia em
1962 e engajou-se na luta pelas reformas de base do governo João
Goulart.
Betinho
resistiu ao golpe de 1964 e à ditadura que se instalou no Brasil. Quando
a repressão intensificou-se, partiu para o exílio em 1971. Morou no
Chile, no Canadá e no México.
No fim dos anos
70, a volta de Betinho, o irmão do Henfil, virou marca da campanha da
anistia por causa da música “O bêbado e a equilibrista”, de Aldir Blanc e
João Bosco. Betinho retornaria ao Brasil em 79 e criaria dois anos
depois, junto com os companheiros de exílio Carlos Afonso e Marcos
Arruda, o Ibase.
O arquivo de
Betinho está no Centro de Pesquisa e Documentação de História
Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Em 2012, a
história de Betinho foi reconhecida pela Unesco como parte importante da
memória mundial. O arquivo Herbert de Souza, do CPDOC da Fundação
Getúlio Vargas (FGV) foi indicado para o Registro Nacional do Programa
Memória do Mundo da Unesco. A decisão foi tomada pelo Comitê Nacional do
Brasil, órgão ligado ao programa da Unesco e a cerimônia de diplomação
aconteceu no dia 4 de dezembro. No mesmo ano, o Ibase lançou o livro O Brasil de Betinho, escrito por Dulce Pandolfi, Augusto Gazir e Lucas Corrêa.
Para ter acesso aos documentos siga o link: http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm
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