quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Tragédia de Mariana - MG

O secretário de Meio Ambiente do Espírito Santo, Rodrigo Júdice, afirmou, nesta terça-feira (10), que o Rio Doce não vai morrer, mas ressaltou que vai ser bastante afetado, por conta do rompimento das duas barragens de rejeitos. “O rio não vai morrer, mas é importante que as medidas de contenção sejam adotadas o mais rápido possível pela empresa, porque isso vai mitigar o dano”, disse.
Júdice também disse uma multa vai ser lavrada à Samarco, mineradora responsável pelas barragens. Segundo ele, o valor ainda não foi calculado, mas vai ser proporcional ao patrimônio da empresa, bem como ao dano causado. 
“A responsabilidade da empresa pela recuperação do dano ambiental é objetiva, inclusive de indenizar os pescadores e as pessoas afetadas por esse acidente que a gente lamenta muito. Além disso, a empresa tem que se colocar à disposição para todos os esclarecimentos do órgão ambiental”, destacou o secretário.
Questionado sobre uma possível contaminação da água, Júdice ressaltou que ainda não há um resultado das análises, mas falou que a presença de mercúrio é improvável.
“A extração de minério, há muitos anos, não usa mercúrio, então, é provável que não tenha, mas não podemos afirmar com precisão. O ferro e a lama já impedem o oxigênio e, obviamente, a mortandade de peixes é fato notório”, pontuou.
Monitoramento
Uma empresa contratada pela Samarco, responsável pela barragem que rompeu em Mariana, está coletando amostras ao longo do Rio Doce no Espírito Santo. Eles estão medindo a qualidade da água antes e depois da chegada dos rejeitos. À reportagem eles disseram que não estão autorizados a falar mais sobre os trabalhos.
Ministério Público
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio do Centro de Apoio Operacional da Defesa do Meio Ambiente (Caoa) e das Promotorias de Justiça dos municípios afetados, informou que instaurou nesta segunda-feira (9) um inquérito civil para apurar as consequências e os impactos sociais e ambientais provocados em municípios capixabas.
Uma equipe técnica do MPES foi para Colatina para monitorar e avaliar os efeitos da lama na água do Rio Doce.
O Ministério informou também que realizou, nesta segunda, uma reunião preliminar com a Samarco para discutir o assunto. A reunião será retomada nesta terça-feira (10) e, na ocasião, a mineradora deverá apresentar ao MPES um plano concreto de ações emergenciais e um plano de abastecimento de água para os municípios de Baixo Guandu e Colatina.


Nenhum comentário:

Postar um comentário